Deploy na Sexta #37: Assuma a responsabilidade sobre tua carreira
Não terceirize suas decisões. 🖖
Quando comecei na área de tecnologia, frequentemente procurava profissionais mais experientes em busca de respostas para minhas dúvidas sobre carreira: "Qual a melhor linguagem de programação?", "Qual área da tecnologia tem mais futuro?", "Qual faculdade devo fazer?". As respostas objetivas que recebia influenciavam diretamente minhas escolhas, levando-me a mudar constantemente de linguagem, de área de atuação, e a enfrentar uma frustração crescente — a sensação de nunca ser boa o suficiente em nada.
Eu terceirizava grandes decisões sobre o rumo que deveria dar para minha carreira para figuras de autoridade, parte pelo medo de errar ou por falta de clareza sobre o caminho a seguir. É comum buscarmos respostas prontas para questões complexas, mas a verdade é que não existe uma resposta única e correta porque cada um de nós tem a própria jornada, os próprios desafios e objetivos e quem deseja evoluir, precisa assumir o controle das próprias escolhas.
A primeira lição que aprendi foi que ninguém pode nos dizer o que fazer sem entender o nosso contexto. E isso vai muito além de uma simples escolha de carreira ou mudança de cargo. Cada pessoa tem uma história, desafios, objetivos e uma combinação única de experiências que moldam suas decisões. Quando buscamos conselhos de alguém, é fácil esquecer que essa pessoa está falando a partir da vivência dela, que pode ser completamente diferente da nossa.
Por exemplo, pode ser que a tua pessoa de referência tenha crescido em um ambiente corporativo específico e a experiência dela tenha sido bem-sucedida com base nas oportunidades que apareceram por lá. Mas será que esse mesmo conselho funciona para nós, com nossa bagagem, no ambiente em que nós estamos agora? Talvez estejamos em uma empresa com uma cultura diferente, ou em um momento de mercado menos oportuno para determinada área, ou até mesmo em um momento da vida pessoal que influencia diretamente nossas prioridades.
Outro ponto é que, muitas vezes, as pessoas dão respostas com base no que funcionou para elas, sem considerar as variáveis que podem tornar aquele caminho impraticável para nós. O que fez sentido no contexto delas, com as ferramentas e o cenário que tinham, pode não funcionar da mesma forma para nós, e tá tudo bem.
Por isso, é importante que a gente aprenda a analisar nosso próprio contexto antes de tomar qualquer decisão. E me refiro às coisas gerais: seja a decisão de comprar um curso, aprender uma nova tecnologia, ou investir energias em uma nova carreira.
Pode parecer simples, mas esse poder de análise é algo poderoso. Quando conhecemos nossos objetivos, nossas limitações e as nossas oportunidades, fica muito mais fácil filtrar os conselhos que fazem sentido e adaptar aquilo ao seu cenário. Claro, pedir ajuda e buscar inspiração nos outros é muito valioso, mas, no fim das contas, só nós sabemos o que realmente se encaixa na nossa jornada.
A grama do vizinho sempre é mais verde 🍀
Outro ponto importante que aprendi é que a comparação entre carreiras pode ser extremamente prejudicial. No início, era muito comum olhar para colegas ou pessoas que eu admirava e pensar que deveria estar no mesmo nível ou seguindo o mesmo caminho. Mas essa comparação, além de desmotivadora, ignora as particularidades de cada trajetória.
Entendi que cada um de nós tem um ritmo próprio, desafios diferentes, e oportunidades que surgem em momentos distintos. Ficar se comparando com a evolução dos outros pode gerar ansiedade e a sensação de que estamos ficando para trás, quando na verdade, estamos apenas seguindo nosso próprio tempo.
Ao focar demais no que os outros estão fazendo, corremos o risco de perder de vista nossos próprios objetivos e o que realmente faz sentido para a nossa carreira. O segredo é olhar para nossa própria evolução e comemorar as nossas conquistas, por menores que pareçam.
Com esses dois tópicos na mente, espero que, assim como eu, tire o peso de tentar seguir um modelo pré-definido ou de depender das orientações dos outros para cada passo. Precisamos aprender a exercitar a autoconfiança nas nossas próprias percepções e decisões, e isso é um processo contínuo. Quando paramos de buscar validação externa para cada escolha e passamos a confiar na nossa capacidade de julgamento, começamos a trilhar um caminho mais autêntico e alinhado com quem realmente somos. Tudo isso não significa que seremos sempre perfeitos ou que vamos evitar erros — na verdade, aceitar que erros são inevitáveis é uma parte essencial dessa confiança.
Testar, errar e ajustar faz parte do processo. Ao invés de procurar por respostas fáceis de influenciadores ou colegas, o melhor é desenvolver a capacidade de aprender por conta própria e sempre testar, errar e ajustar.
💡 Indicações da semana
Assisti esse vídeo do Fábio Akita em 2020 e me impactou muito. Ele critica a tendência de buscar respostas fáceis e seguir soluções de grandes empresas como Google e Netflix sem considerar o contexto pessoal ou o tamanho do projeto. Também fala sobre importância de assumir o controle das próprias decisões, tanto na vida profissional quanto nas escolhas técnicas, sem terceirizar responsabilidades para empresas, influenciadores ou colegas.
📕 Minha lista na Amazon: Atualizei minhas listas de setup, livros e coisinhas que tenho por aqui e comprei na Amazon. A dica aqui é, não compra nada imediatamente. Coloca no carrinho e esperar as super promoções da Amazon, principalmente quando falamos de livros de programação.
💼 Estou testando a Wix Studio uma plataforma para criação de sites voltada para desenvolvedores. Diferente da Wix, ela oferece liberdade para programar personalizações.
📘 15% OFF na Alura: Lembrando que temos link de desconto para estudar na Alura. Estou fazendo o curso “Aprofunde em .NET com Arquitetura de Microsserviços e RabbitMQ” porque não tenho experiência com RabbitMQ e vou precisar para um projeto. Na plataforma temos acessos a todos os cursos em uma só assinatura, então, vale espiar as opções.
🤓 Túnel do tempo
Em outubro de 1994 foi feito o lançamento da primeira versão oficial do Navegador Web Netscape. O primeiro navegador amplamente usado na internet e desempenhou um papel fundamental na popularização da web. Ele foi o precursor de muitos dos navegadores modernos que usamos hoje, como Chrome e Firefox e nesse vídeo do TecMundo eles contam um pouco sobre a Guerra dos Navegadores.
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Nos encontramos no próximo deploy, sexta às 6:00. 🖖
Oi Gi, parabéns por mais um texto super relevante! Nossa, esse tema é bem difícil de lidar, encarar o que fazemos - principalmente como - e gerar uma autocrítica pode ser algo bem dolorido. Gerar essas comparações vai nos trazer muito frequentemente a síndrome do impostor, se não temos tal certificação enquanto todo mundo tem nos faz questionar se somos realmente bons quando na verdade a realidade de nosso cotidiano é diferente, temos outras atividades e que, assim como 1+1 = 2 e 3+1 é diferente de 2, se nossas experiências de vida são diferentes os resultados também serão. Outro problema de ficar mudando sempre é, de repente focar em coisas que realmente não são tão relevantes, tipo, focar em aprender um framework específico sendo que ele nem é o mais usado no mercado. Usar exemplos são sim interesses para te dar um norte, mas nunca pra tomar a decisão por você do que realmente se precisa focar.
Abração!!!
Muito bom!! <3