Deploy na Sexta #42: Como buscar vagas de programação?
Dicas de quem entregou muito currículo analógico
Quando comecei a buscar minha primeira vaga na programação, o processo era bem mais “artesanal” do que é hoje. Eu imprimia o currículo e, junto com um CD cheio dos projetos que tinha desenvolvido, saía entregando pessoalmente nas empresas. Foi uma época cheia de desafios, dúvidas sobre onde começar, quais estratégias funcionariam e como me destacar em um mercado tão escasso e competitivo. Já estive exatamente no teu lugar. Mas agora tu tens a tecnologia ao teu lado e ferramentas como o LinkedIn para facilitar essa jornada. Por isso, vou compartilhar contigo o que aprendi naquela época, para que tu possas aproveitar as oportunidades do mercado.
Os primeiros meses do ano, de janeiro a março, são conhecidos por terem o maior número de vagas abertas. Isso acontece porque as empresas começam o ano com novos orçamentos, reorganizam suas equipes e dão início a novos projetos. É por isso que esse período é considerado o melhor momento para enviar currículos e participar de processos seletivos. Então, a primeira dica é usar o mês de dezembro para organizar teu portfólio e perfis nas redes sociais e começar a se movimentar para estar com tudo pronto para os processos do início do ano.
Estratégias para encontrar vagas de programação 🖖
Parece óbvio, mas entender o mercado é indispensável. A melhor forma de te preparares é estudando as demandas do mercado de trabalho:
Quais são as linguagens mais pedidas na tua região ou área que deseja atuar?
As empresas estão contratando para frontend, backend, mobile ou outra área?
Que habilidades complementares, como cloud ou bancos de dados, são valorizadas?
Usa plataformas como LinkedIn, Glassdoor e Vagas.com para buscar vagas e criar uma lista de requisitos comuns. Depois disso, faz uma lista desses requisitos e cria um plano de estudo focado em atender, obrigatoriamente, todos esses pontos que são recorrentes. Eu mesma apliquei essa estratégia. Na época, percebi que .NET era a linguagem que aparecia com mais frequência nas descrições de vaga dos jornais e grupos do Facebook. Então, montei um plano de estudo baseado nos requisitos que sempre se repetiam e desenvolvi um projeto completo para o meu portfólio, que incluía exatamente essas habilidades.
Crie um Currículo Estratégico 🙏
O próximo passo é construir o currículo, que é a tua porta de entrada no mercado. Para que ele realmente nos represente e destaque nossas habilidades para uma vaga, é muito importante personalizar cada versão para a vaga que tu estás buscando. A dica aqui é ler com atenção a descrição da vaga e usa ela como guia. Se a empresa pede experiência com APIs REST e tu já desenvolveste um projeto nessa área, garante que essa informação esteja clara e bem destacada no currículo.
É importante ser direto, mas também completo. Mostra os projetos em que tu trabalhaste e os resultados alcançados de forma objetiva. Por exemplo, em vez de apenas listar "API REST", explica: "Desenvolvi uma API REST para gerenciamento de usuários, reduzindo o tempo de carregamento em 30%." Isso dá mais valor ao teu trabalho.
Outro ponto crucial é usar palavras-chave relevantes. Muitas empresas hoje utilizam sistemas automáticos, conhecidos como ATS (Applicant Tracking Systems), para filtrar currículos antes que eles sejam analisados por uma pessoa. Esses sistemas buscam palavras-chave específicas relacionadas à vaga, como "API REST", "banco de dados" ou "C#". Se tu usares essas palavras estrategicamente no teu currículo, aumentas muito as chances de passar por essa triagem inicial.
Antes, quando entregávamos o currículo diretamente para uma pessoa, o impacto do carisma e da interação pessoal podia fazer toda a diferença. Um sorriso, um bom papo ou uma explicação rápida sobre os teus projetos podiam influenciar positivamente a decisão. Hoje, o cenário mudou. O carisma foi substituído pela eficiência do currículo em atender os requisitos das vagas. Por isso, é mais importante do que nunca adaptar o documento a cada vaga, garantindo que ele passe no filtro dos sistemas e chegue às mãos de um recrutador.
Movimente teu LinkedIn 📢
Quando eu estava começando, fazia questão de ir a eventos para me apresentar pessoalmente, conversar com profissionais da área e criar conexões. Era um jeito muito direto de mostrar quem eu era, aprender e até descobrir oportunidades. Hoje, embora os eventos ainda sejam valiosos, a dinâmica mudou bastante. Ter presença no LinkedIn é muito importante.
O LinkedIn é mais do que um currículo online; é uma ferramenta para networking e visibilidade. Manter o teu perfil atualizado com palavras-chave relevantes, como as usadas nas vagas que tu buscas, já faz uma diferença enorme. Publicar conteúdos sobre os teus projetos, insights sobre ferramentas que estás aprendendo ou reflexões sobre a área também ajuda a te destacar. Isso mostra não só o que tu sabes, mas também o quanto estás engajado na tua evolução profissional.
Além disso, conectar-se com pessoas da área é muito importante. Não precisa ser algo formal, mas sempre escreva uma mensagem simples ao adicionar um novo contato: “Oi, notei que tu trabalhas na [empresa X] e admiro muito o trabalho de vocês. Estou interessado em aprender mais sobre como posso contribuir na área de programação”.
Outra dica valiosa é seguir as empresas que tu almejas trabalhar e interagir nas postagens delas, especialmente as de recrutadores. Curtir, comentar ou compartilhar demonstra interesse e ajuda o algoritmo a te colocar no radar deles. Essa interação virtual pode ser tão eficiente quanto as conversas que eu costumava ter nos eventos.
Prepare-se para Processos Seletivos 📚
Tu podes até encontrar a vaga dos sonhos, mas se não estiveres bem preparado para as etapas do processo seletivo, vais apanhar na entrevista e se frustrar. É bastante comum que, nas entrevistas técnicas, te peçam para demonstrar domínio em estruturas de dados, algoritmos e resolução de problemas práticos. Além disso, muitas empresas utilizam plataformas como LeetCode e HackerRank para aplicar testes e avaliar tuas habilidades. Por isso, estar familiarizado com essas ferramentas e bem treinado é interessante para te destacar.
Uma dica valiosa é tentar conversar com alguém que já trabalha na empresa onde tu estás aplicando. Pergunta como foi o processo seletivo, quais tipos de testes foram aplicados e se há algo específico que a empresa valoriza. Essa troca pode te dar uma visão prática do que esperar e te ajudar a te preparar de forma mais direcionada. Além disso, é uma oportunidade de criar conexão com profissionais da área e mostrar teu interesse genuíno em fazer parte do time.
Aprenda com os nãos 😵
Nem sempre o primeiro processo dá certo, e isso é totalmente normal. Receber um "não" pode ser frustrante, mas também é uma chance de crescer e aprender. Se durante a entrevista tu te sentiste inseguro com alguma pergunta, anota isso e estuda sobre o tema depois. Assim, tu vais estar mais preparado para as próximas oportunidades. Sempre que possível, tenta pedir feedback ao recrutador. Isso pode te ajudar a entender o que faltou ou o que tu podes melhorar.
Lembrete importante: ser rejeitado não significa que tu não és bom. Muitas vezes, só quer dizer que outra pessoa se encaixava melhor naquela vaga específica. Segue firme, porque cada "não" te deixa mais perto do "sim"!
A melhor vaga para ti não vai cair do céu. Começa agora a te preparar, estuda o mercado, melhora teu currículo, e faz do LinkedIn teu aliado. Lembra que cada passo conta e, com consistência, tu vais encontrar a oportunidade que procuras.
💡 Indicações da semana
Nesse vídeo, Filipe Deschamps faz um panorama completo sobre as vagas de tecnologia no Brasil, baseado em dados levantados diretamente com programadores e recrutadores. Ele explora questões cruciais, como: "O que vocês odeiam nos processos seletivos?", "Onde os recrutadores estão falhando ao analisar os candidatos?" e, por outro lado, pergunta aos recrutadores: "O que faz um candidato avançar no processo?" ou "Quais são os erros que já eliminam alguém na triagem inicial?". Além disso, o vídeo traz dicas valiosas para navegar no mercado em tempos de crise.
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🤓 Túnel do tempo
Em 2003, o LinkedIn dava seus primeiros passos como uma nova plataforma no mundo digital. Em mais um vídeo da série "História da Tecnologia", o canal TechMundo apresenta a trajetória dessa que se tornaria a rede social mais relevante para quem está no mercado de trabalho. O vídeo explora desde a origem do LinkedIn até sua evolução, destacando como a plataforma conseguiu combinar o melhor de uma rede social com funcionalidades de classificados corporativos, transformando a forma como profissionais e empresas se conectam.
Essa edição da newsletter levou 03:05 minutos para ficar pronta.qual a tua maior dificuldade nessa jornada? Respondo nos comentários com uma dica prática. É claro, se tiver dúvidas, deixe sugestões de temas para as próximas edições 💙
Nos encontramos no próximo deploy, sexta-feira às 6:00. 🖖