Deploy na Sexta #53: O que um estagiário precisa saber?
Minha primeira experiência profissional foi um estágio, e marcou demais. Lembro da entrevista, a primeira da vida. No verão de 40 graus, meti uma camisa social, peguei o ônibus com uma hora de antecedência para não arriscar atrasar e fui nervosa, repassando mentalmente cada linha da descrição da vaga. Eu tinha certeza que iam me perguntar tudo aquilo.
E o primeiro dia de trabalho não foi diferente. Acordei cedo, troquei de roupa três vezes até escolher o que parecia “certo”, fui pensando em como seria, se iam me deixar perdida, se eu ia conseguir acompanhar o ritmo. No fim, nada foi tão difícil quanto eu imaginei. Descobri que, às vezes, o segredo é só saber passar café. rsrs
Sendo bem direta: Estágio é a ponte entre a sala de aula e o mercado de trabalho. É o momento de sair da teoria e ver como as coisas realmente funcionam, com prazos, demandas e problemas que não vêm prontos no livro. Ninguém espera que tu chegue sabendo, mas esperam que tu chegue com a cabeça aberta para aprender e crescer.
Estágio não é sobre ser o melhor técnico do time, e isso é óbvio. É sobre mostrar postura, interesse e vontade de evoluir. Então, vou te contar, em tópicos, o que eu esperaria de um estagiário e o que sempre esperaram de mim quando eu era estagiária.
Vontade de aprender: No estágio, ninguém acha que tu vai chegar sabendo tudo, até porque tu tá ali pra aprender. Mas, ao mesmo tempo, não dá pra chegar zerado. É esperado que tu saiba o básico da área, tipo os conceitos principais e as ferramentas mais comuns. Se for em programação, por exemplo, ninguém vai te cobrar entender arquitetura de software, mas vão esperar que tu saiba ler um código, entender lógica, pesquisar no Google e perguntar direito quando travar.
O que conta é mostrar que está aberto para aprender com os erros e curioso para entender como as coisas funcionam. É normal errar ou ficar perdido, mas quem busca entender o porquê e tenta de novo mostra maturidade e vontade de crescer.
Comunicação: Comunicação é, sem dúvida, uma das habilidades mais difíceis de desenvolver. Eu mesma, no começo, morria de medo de dizer que não entendi alguma coisa e acharem que eu era burra. Só com o tempo aprendi que ninguém nasce sabendo e que perguntar é sinal de interesse, não de falta de capacidade.
Comunicar é isso: dizer quando tu não entendeu algo, pedir ajuda sem rodeios e dar retorno sobre o que tá fazendo. Coisas simples, como “terminei aquela tarefa, tem algo mais que eu possa pegar?”, já mostram que tu tá atento, quer contribuir e aprender.
Organização e pontualidade: Pode parecer detalhe, mas cumprir prazos e não chegar atrasado (online ou presencial) faz toda a diferença. Isso mostra respeito pelo tempo do time e seriedade com o que foi combinado. Mesmo aprendendo, um estagiário que se organiza passa confiança.
Trabalho em equipe: Eu tinha um colega que, sempre que alguém do time explicava algo, soltava: “Mas no livro não é assim, então não vou fazer.” Ele simplesmente ignorava o especialista que estava nos mentorando. No começo, até parecia que fazia sentido, mas hoje eu tenho certeza que teoria e prática são bem diferentes, e essa postura causava um stress desnecessário em todo o time.
Trabalhar em equipe não é só entregar a tua parte. É saber ouvir, respeitar as ideias dos outros e colaborar, mesmo que não seja do jeito que aprendemos no curso ou no livro. No estágio nem sempre quem é mais experiente tem razão, mas dificilmente na nossa Quando tu ajuda um colega, troca ideia com quem tem mais experiência e aprende a lidar com perfis diferentes, tu mostra que sabe trabalhar em grupo.
Proatividade: Eu lembro de um estagiário que eu chamava de “assombração”. Sempre que eu passava pelo setor dele, lá estava ele: parado, olhando pro computador, braços pra baixo, sem fazer nada. Um dia, passando com um café na mão, perguntei: “O teu estágio é de quê?” Ele respondeu: “TI, mas nunca me passaram nada pra fazer. Me colocaram na recepção só pra receber as pessoas.”
E é exatamente aí que entra a proatividade. Não significa se sobrecarregar nem abraçar tudo sozinho, mas ter voz ativa: perguntar o que pode ser feito, se oferecer para ajudar, não esperar que decidam tudo por ti. Porque, se tu não escolhe onde quer atuar, alguém escolhe por ti, e, às vezes, te deixam “de enfeite”, como aconteceu com esse estagiário.
Não fica esperando ordens o tempo todo. Viu uma tarefa parada? Pergunta: “Quer que eu tente resolver isso?”, mas também não sai fazendo sem saber se pode. Essa atitude de se oferecer e assumir pequenas responsabilidades é o que faz um estagiário ser notado.
Habilidades técnicas: Não dá pra depender só do que a empresa vai te ensinar, porque a parte mais valiosa do teu crescimento vem do que tu busca sozinho. Durante meus estágios, eu segui correndo atrás: fazia curso online, lia documentação, testava ferramenta nova por conta própria e criava projetos pessoais. Esse tipo de iniciativa acelera demais o aprendizado.
O estágio é a fase da carreira que menos remunera, mas é a que mais te faz crescer. Isso porque tu sai do zero para uma experiência prática, lidando com problemas reais que nenhum curso mostra de verdade.
Encara um estágio como um laboratório. Tu vai errar, aprender, pedir ajuda e descobrir que nem sempre as coisas são como nos livros. O que diferencia um estagiário qualquer de um estagiário que faz falta é simples: atitude. Se tu chegar com vontade, curiosidade e disposição pra crescer, ninguém vai te ver como “só o estagiário” vão te ver como alguém que quer se desenvolver e se tornar um bom profissional.
💡 Indicações da semana
Nesse vídeo, Deschamps responde a grande pergunta: 'Vale a pena aprender a programar ou é tempo perdido?' Ele faz uma revisão da história da programação, passando pelos estágios que a área viveu, o impacto da pandemia, o papel das IAs generativas e o que pode acontecer no futuro com uma perspectiva muito legal e uma conversa profunda sobre o presente e o futuro da profissão de programador.
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Essa edição da newsletter levou 03:25 minutos pra ficar pronta (confesso que perdi um bom tempo pensando nas histórias de estagiária e fuçando fotos). Esse tema foi um pedido da Natalia Martins lá no meu canal do Instagram. Quer que eu responda alguma dúvida tua na próxima edição, vem para nosso canal!
Nos encontramos no próximo deploy, quinzenalmente, às sextas-feiras, às 6h. 🖖