Do grupo de pessoas que dizem: “Não consigo emprego porque não tenho experiência, e não tenho experiência porque não tenho emprego”, eu nunca fiz parte, não porque tive sorte, mas porque me liguei rápido que dava para criar experiência antes de ter um contrato assinado.
O que significa ter “experiência”? Quando alguém diz que quer contratar “alguém com experiência”, isso vai muito além de saber programar ou ter um diploma.
Para mim, experiência é a soma de duas coisas: saber fazer — dominar ferramentas, linguagens e práticas — e saber trabalhar — viver o dia a dia real de prazos, hierarquia, colegas com jeitos diferentes, mudança de prioridade no meio do caminho, pressão de cliente e respeito a processos internos.
É aqui que a gente tropeça. Quando a empresa pede experiência, ela não está falando só de código bonito; ela muitas vezes quer “alguém que já jogou o jogo” como ele é. Trabalho em equipe não é dividir tarefa e pronto: é negociar solução, escutar, ceder, lidar com conflitos de prioridade e com o impacto do teu atraso no trabalho dos outros. Processo também pesa: existe padrão, revisão de código, teste automatizado, deploy controlado, cerimônia de sprint. Se tu nunca viveu isso, vai aprender enquanto entrega, e nem toda empresa topa esse risco.
Não ter experiência costuma pesar mesmo que tu saiba codar, porque ainda não provaste que tu funcionas dentro do jogo corporativo. E essas habilidades quase nunca nascem de um curso isolado. Elas vêm de convivência, regra, cobrança e entrega compartilhada: as famosas softskills.
Primeiras experiências
Minhas primeiras experiências (2 primeiros anos de estudos) vieram no voluntariado. O primeiro código que botei no mundo foi um site simples para uma ONG — ou talvez fosse só um grupo que ajudava animais abandonados, nem lembro ao certo. Meu código era ruim, sem padrão, sem teste e sem commit, porque eu nem conhecia git. Mesmo assim, ali entendi o que é prazo de verdade. Também descobri como é lidar com cliente que não sabe exatamente o que quer. Aprendi a fazer perguntas melhores, aprendi a registrar o que ficou combinado.
Depois vieram outros sites, ainda de graça. A troca era clara: alguém precisava de um site funcionando; eu precisava aprender. Foi quando levei meus primeiros tombos com pessoas que muda tudo o tempo inteiro, percebi que “funcionar na minha máquina” não vale nada.
Aceitei também um estágio não remunerado. Foi ali que caiu a ficha sobre o que é trabalhar com outras pessoas no mesmo código. Code review voltando cheio de apontamentos, padrão de commit pra seguir, pipeline quebrando por teste que eu nem sabia que existia, e aquele clássico: mexer numa parte e sem querer quebrar outra feita por alguém do time. Nesse primeiro estágio, todo dia era 10 x 0 contra mim, parecia que eu não sabia fazer nada, e nunca na vida eu aprendi tanto em tão pouco tempo.
Nesse início, também participei de muitos hackathons. Pouco tempo, problema real e uma banca esperando algo funcionando no final. Tu define o mínimo viável, corta o resto, divide as tarefas, avisa o que te trava e entrega. Ali aprendi a priorizar, escolher o simples que resolve e explicar o que fiz e por quê. Foi onde realmente aprendi a programar e entregar sob pressão, mantendo o foco mesmo com o relógio correndo contra.
O resumo é simples: sempre levei todas essas experiências bem contadas para as entrevistas, e isso sempre foi suficiente para ser considerado alguém com experiência. Então dá pra adquirir experiência de várias formas: trabalho voluntário, ajudando negócio ou ONG local, pegando estágio (mesmo sem bolsa).
No fim, experiência quase sempre está ligada ao mesmo pacote: problema real, prazo combinado, trabalho em equipe e entrega feita. Não está conseguindo emprego porque falta experiência? Experimenta começar em um projeto voluntário.
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Essa edição da newsletter levou 02:45 minutos pra ficar pronta, queria ter trazido fotos para compartilhar
Nos encontramos no próximo deploy, quinzenalmente, às sextas-feiras, às 6h. 🖖