Deploy na Sexta #55: Quando estamos preparados para uma vaga?
Sou o tipo de pessoa que só me candidato para vagas quando sinto que atendo 100% dos requisitos. Na minha cabeça, aplicar sem cumprir tudo é perder tempo ou pior, passar vergonha. O pior? Sei que estou errada. Entendo que nem sempre é assim que funciona. E mais: que muitas vezes a gente já está pronto, só não enxerga isso com clareza.
Essa semana li relatos de recrutadores avaliando centenas de candidaturas em tech. Me pegaram de jeito. Não só pelos erros repetidos, mas porque me vi em várias situações, inclusive nas que, no passado e no presente, que me fazem deixar de aplicar por achar que “ainda não era suficiente”.
A pergunta que ficou martelando foi simples: quando é que a gente tá realmente pronto pra uma vaga? A resposta mais honesta que encontrei é que preparo não é cumprir todos os requisitos. Se tu já marca 100% das caixinhas, talvez a vaga nem te desafie mais. E tudo bem. Mas isso não define preparo.
Quem contrata procura sinais de prática: como tu apresenta teu trabalho, as escolhas que fizeste no código, como resolves problema e como explicas essas decisões. O básico bem feito e bem mostrado sempre abriu porta, ontem e hoje.
Muita gente com pouco tempo de estudo se destaca porque sabe mostrar. Um projeto pessoal simples, organizado, com README decente, prints e uma explicação objetiva do que foi feito e por quê. Não é sobre complexidade; é sobre intenção. Sobre mostrar que tu entende o que tá aprendendo e por que construiu daquele jeito.
E, pasmem: ao contrário do que muita gente reclama “ah, mas eu só tenho projeto pessoal no portfólio” o problema não é esse. Ter só projeto pessoal não te derruba. O que derruba é a falta de contexto: qual era o objetivo, que decisões tu tomaste e por quê. Sem isso, quem avalia não enxerga teu raciocínio.
Currículo genérico também derruba muita candidatura. Não é falta de experiência, é falta de foco. Tu pode ter feito coisa boa, mas se tá perdida no meio de uma lista de tecnologias, experiências soltas e cursos sem conexão com a vaga, teu potencial passa batido.
Mostrar preparo não é despejar tudo que já fizeste; é escolher o que mostrar e como mostrar. Isso vale pras respostas no processo também. Preparo não é fingir que sabe; é saber lidar com a dúvida e lidar com as situações com maturidade.
Afinal, quando é que a gente tá pronto?
Quando a gente lê a vaga e reconhece, de cara, onde nosso trabalho encaixa. Quando tu consegues apontar entregáveis parecidos que já fizeste, linkar projetos relevantes e explicar, em duas linhas, por que tua experiência conversa com aqueles requisitos.
Quando tu lê a vaga e consegues dizer “isso eu domino”, “isso eu aprendo em X dias” e justificar o caminho. Quando teu portfólio tem contexto e teu currículo foi ajustado pra vaga, sem sobra. Quando entende que não é sobre saber tudo, mas sobre mostrar com segurança o que tu já domina, e como tu usa isso pra resolver problema real.
Na maioria das vezes, nenhuma das respostas acima tem a ver com anos de experiência nem com logotipo de empresa que tu já trabalhou. Tem a ver com foco nos estudos.
E se receber um “não”?
Respira. Agradece e trata como dado, não como sentença. Anota: qual era a vaga, o que pediam e o que tu apresentou. Se houver abertura, pede um feedback curto (1–2 pontos): “Oi, [nome]. Obrigada pelo retorno. Poderias indicar 1–2 pontos que pesaram na decisão? Quero ajustar pro próximo processo.”
E mantém o ritmo: dducação + constância nos estudos e nas aplicações + evidência de trabalho em projetos pessoais. Uma hora vai dar certo!
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Nos encontramos no próximo deploy, quinzenalmente, às sextas-feiras, às 6h. 🖖