Deploy na Sexta #57: Tu és tão bom quanto seu último commit?
Nestas férias, de forma completamente aleatória, acabei assistindo a um documentário sobre Fórmula 1. Há uma mentalidade nos pilotos que me chamou a atenção, a obsessão inabalável por ser o melhor. Existe uma frase muito usada nesse universo da alta performance para medir o “valor” atual de um piloto: “Você é tão bom quanto sua última corrida”.
Fiquei pensando sobre isso, e me perguntei: será que sou tão boa quanto meu último commit? Afinal, na minha busca por ser a melhor versão do meu “eu programadora”, o commit é a minha unidade de entrega, o meu registro público de esforço e competência.
Antes de sequer voltar das férias e começar a aplicar essa filosofia no meu dia a dia, fiz uma simples revisão de consciência: fui ao repositório da empresa e repassei meus 5 últimos commits. O resultado foi uma vergonha.
Eu deveria estar encontrando registros claros, atômicos e bem descritos, mas o que encontrei foram blocos de mudanças com mensagens vagas que eu sequer lembrava que tinha feito. Parecia que eu tinha passado o trator no código e salvado tudo de uma vez.
Continuei vasculhando o histórico em busca de algum commit que representasse a programadora que eu realmente sou (na minha cabeça): organizada e metódica. Para minha surpresa, eu os encontrei. Mas, nesta busca, não só encontrei os commits que buscava, como também descobri um padrão que me fez refletir profundamente sobre minha forma de trabalhar e apresentar meu código.
O padrão era o seguinte: nos primeiros commits de um projeto novo, todos eram cristalinos, reduzidos, focados em uma única funcionalidade, bem descritos, e seguindo rigorosamente o padrão Conventional Commits.
Os Conventional Commits são um guia que nos ajuda a padronizar a forma como escrevemos as mensagens no Git. Eles garantem que o nosso histórico de código seja legível tanto para nós e nossos colegas quanto para ferramentas de automação, indicando claramente se a mudança é uma nova feature (
feat), uma correção (fix), ou uma documentação (docs), por exemplo.
À medida que o projeto avançava e o cansaço do dia a dia chegava, esse padrão desmoronava. Os commits se tornavam mais longos, menos claros, e parecendo um amontoado de mudanças aleatórias. Observando esse histórico, pensei sobre qual seria o motivo desse padrão se repetir na maioria dos meus projetos. Falta de motivação? Desleixo? Rotina? Pressão por prazos de entrega? Acho que um pouco de tudo.
Mas do que estou 100% certa é que, no momento de fazer aqueles commits negligentes, eu não estava sendo consciente da criação deles. Eu estava sendo vítima da inércia, e provavelmente já estava pensando na próxima funcionalidade a implementar ou no próximo bug a resolver, ou nas férias que estavam chegando.
Frequentemente, o dia a dia, a rotina, essa inércia, me leva a realizar tarefas de forma automática, sem pensar ou sem estar plenamente consciente do que estou fazendo. A única maneira de mudar isso é perceber que o problema está acontecendo e fazer um esforço para mudar o comportamento.
É por isso que acredito que o título deste post é perfeito pra finalizar essa semana de férias; é a frase que preciso para recomeçar no trabalho e ter sempre em mente para ser consciente do trabalho que estou entregando, do histórico que estou gerando em meu código.
E, claro, a partir de hoje, toda vez que eu for fazer um commit ou um ajuste no meu código, pensarei: O que posso fazer para que este commit represente o melhor de mim? Mas, calma lá! Não esperem que eu vá fazer um dossiê a cada commit que eu fizer. Eu ainda sou do time que acredita que o código precisa ser autoexplicativo. O commit deve ser um guia rápido e informativo sobre a mudança, não a documentação completa do universo!
Mas ainda acredito que sim, ter essa disciplina é importante para evitar que, no futuro, eu ou algum colega pense: “Porque raios alteraram essa linha?” ou, finalmente, diga: “Ainda bem que este commit está bem explicado, não vou reverter essa alteração!”.
Agora me conta, alguma vez parou para ler sobre Conventional Commits? Já espiou teus commits antigos? Eles te dão orgulho ou desespero? rsrsrs
💡 Indicações da semana
Desenterrei um vídeo do Akita sobre Git, que entre outros tópicos ele aponta o cerne da questão: o problema não é fazer commits rápidos e vagos (ex: “fixing”) no seu branch de desenvolvimento. Pelo contrário, isso é uma prática comum para salvar o trabalho. O erro inaceitável é fazer o merge para a linha principal (master ou main) sem antes limpar e padronizar as mensagens. Vale a pena espiar essa série de vídeos sobre Git produzida por ele.
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Essa edição da newsletter levou 03:39 minutos pra ficar pronta e a intenção foi compartilhar contigo que o uso da IA pode ser descomplicado.
Nos encontramos no próximo deploy, quinzenalmente, às sextas-feiras, às 6h. 🖖


